O questionamento foi feito pelo partido Solidariedade, que contesta a constitucionalidade da regra de desempate utilizada na eleição. Na ocasião, o placar ficou empatado em 21 a 21, e o critério que definiu o resultado foi a idade dos candidatos — favorecendo Iracema, a mais velha, conforme prevê o regimento interno da Alema.
Ao se posicionar, Ana do Gás criticou o que chamou de tentativa clara de deslegitimar um processo “legítimo, transparente e regimental”. A parlamentar explicou que a regra de desempate por idade não é uma novidade nem uma manobra recente. “Ela já existia antes de muitos de nós estarmos aqui nesta Casa”, afirmou, destacando que o critério está previsto não só no regimento da Alema, mas também na Constituição, no Senado Federal, em outras Assembleias do país e até no Código Eleitoral.
A manifestação da deputada ocorre após o ministro Luiz Fux, do STF, anular a votação virtual no Supremo, que estava favorável à manutenção de Iracema no cargo, e determinar que o julgamento ocorra de forma presencial, em data ainda não definida.
“Questionar esse critério agora é puro casuísmo. É seletividade e uso indevido do processo para fins que não são constitucionais”, disparou Ana do Gás, reforçando que o momento exige respeito tanto às normas internas da Alema quanto à autonomia do Poder Legislativo estadual.
Além da defesa jurídica, a parlamentar também destacou o perfil de Iracema Vale, lembrando que ela é a primeira mulher a presidir a Assembleia em quase 200 anos de história. “Ela é uma mulher virtuosa, mãe, avó, amiga, ficha limpa, ex-vereadora, ex-prefeita e foi a deputada estadual mais votada do Maranhão”, ressaltou.
Por fim, Ana do Gás fez um apelo pela preservação da democracia, da história e da participação feminina nos espaços de poder. “Que nenhuma de nós seja deslegitimada apenas por ocupar o lugar que a deputada Iracema Vale ocupa. Foram quase 200 anos esperando por esse momento. Confiamos, primeiramente, no supremo poder de Deus. Eu acho que é isso que tem lhe sustentado, deputada Iracema Vale. E confiamos na Suprema Corte do nosso país e que a justiça será feita, ainda que seja a os lentos. Até lá, não nos calaremos e defenderemos mais mulheres nos espaços de poder”, finalizou.