O Supremo Tribunal Federal (STF) dá início, nesta segunda-feira, 9, ao interrogatório de Jair Bolsonaro e outros sete réus do chamado “núcleo 1” da ação penal que investiga um suposto plano de golpe de Estado pós-eleições de 2022. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, foi o primeiro a depor, seguindo o protocolo para réus colaboradores, no plenário da Primeira Turma a partir das 14h.
Durante o interrogatório, os réus serão questionados sobre sua participação em reuniões para articular o plano de golpe, a elaboração de minutas de decretos de estado de exceção, e sobre a promoção de desconfiança nas urnas eletrônicas. Têm o direito de negar as acusações, apresentar provas e expor sua versão dos fatos, além de optar pelo silêncio quando necessário para evitar autoincriminação, conforme garantido pela Constituição.
Nos últimos dias, mais de 50 testemunhas foram ouvidas, incluindo figuras como o governador de São Paulo Tarcísio de Freitas, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão, e o ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira, que afirmaram que Bolsonaro estava disposto a aceitar a derrota nas eleições e iniciar a transição de governo sem discutir rupturas institucionais.
Após o término dos interrogatórios, defesa e acusação terão cinco dias para solicitar diligências adicionais. Em seguida, serão apresentadas as alegações finais, seguidas pelo voto do ministro relator e o agendamento do julgamento pela Turma presidida por Cristiano Zanin, que decidirá sobre a condenação ou absolvição dos réus.